quarta-feira, 10 de junho de 2009

Ser Politizado


Desde o momento do surgimento ou até mesmo criação do homem na face da terra, e suas inter-relações com o outro e o ambiente surgiram às primeiras organizações sociais ilustradas pela hierarquização das primeiras tribos, constituída sempre pelos mais velhos e por assim dizer, mais sábios; adultos de meia idade, dotados de força física e os jovens aprendizes do conhecimento comunitário. As mulheres nem sequer eram consideradas membros notáveis em uma comunidade, tinham o dever doméstico de limpeza, cultivo de cereais, frutas e hortaliças, cuidar do conjugue e por fim não menos importante: o de procriar e perpetuar gerações, a descendência dos mesmos.

Com o evoluir humano, na antiguidade clássica, época das primeiras civilizações, notadamente Grécia e Roma, a organização social delimitou o nascimento e a criação da política. Na Grécia, onde na Ágora ocorriam discussões políticas e os tribunais populares: é, portanto, o espaço da cidadania. Também naquela época vigorou o então novo conceito em meio ao velho mundo: a democracia, demo =povo, cracia= governo, portanto, governo do povo. Roma contribuiu de forma decisiva para as noções existenciais do direito, oriundo do Corpus Júris Civilis, onde a noção de estado e suas subdivisões sócio-políticas e econômicas, baseadas na jurisprudência dogmática, as quais asseguravam direitos a certas camadas sociais. Na Grécia a Pólis grega, símbolo de instituição política. Em Roma as Civitas, no Imperium, onde denominava os membros da política romana.

Na Idade Média, onde a organização política encontrava-se modificada, vigorou o feudalismo, a relação de servos e vassalos. Logo após surge as Monarquias Absolutistas, onde o poder centralizado era entregue nas mãos do detentor de poder, este centralizado: o rei.

O Estado Moderno foi uma conseqüência desse passado histórico, uma reação ao absolutismo e ao feudalismo. Com a conseguinte Revolução Francesa, os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade permearam e inspiraram pequenos ou grandes movimentos revolucionários por toda a história da humanidade. O ser político, portanto, advém de toda a evolução humana aliada a sua historicidade.

Juntamente com a politização do indivíduo, surge e faz-se necessário que haja algo de extrema importância no sistema:o pensamento crítico, o velho criticismo, a racionalização de idéias, ideais e velhos ou novos conceitos que possam surgir diante situações cotidianas.

Na atualidade, em um momento histórico rico de dados, informações e ideologias, palco de protestos, criatividade e censura, liberdade e repressão, que foi a Ditadura Militar especificamente, a ditadura Brasileira, pós AI-5, o mais repressivo de todos o Atos Institucionais, fez-se necessário mais do que nunca, ter compromisso com suas ideologias, o bem-estar social, a reivindicação contra o sistema opressor, sobretudo, a volta da tão sonhada liberdade, garantida desde os tempos remotos, pelos jusnaturalistas, com o Direito Natural, garantido desde a criação do homem de ordem divina, o direito a vida e a liberdade.

Com a evolução tecnocrática, e acessibilidade dos meios de comunicação midiáticos, impressos e de forma eficaz o uso diário da internet, o criticismo converteu-se em conformismo e a falta de conhecimento de causas do mundo existencial foi deixado para trás, restando alienação e falta de produção de conhecimento, este racionalizado através da captação do objeto e a representação no espírito, enquanto interior, essência humana.Diante de um mundo trazendo uma gama de informações existentes hoje e uma acessibilidade maior, faz-se necessário que se redescubra a disposição a questionar sobre si mesmo e sobre o mundo, racionalizar, somar e crescer notadamente com o exercício pleno da cidadania na sociedade.

Explanado por Fabiane Costa de Abreu.

2 comentários:

Sir G. disse...

Muito bom o texto Fabiane, gostei bastante de sua explanação a respeito da política com o passar da história. É bem fácil notar que os costumes de época ( leia-se ideais de socialização) se diferenciam de acordo com a necessidade do homem em explorar as possibilidades favoravéis, em um dado momento histórico.

Sir G. disse...

Bem, nesse campo irei discordar de algumas passagens suas e explanar algumas coisas, das quais concordo. Existem algumas passagens falaciosas, quando se baseia na verdade de que no antes era tudo assim e portanto melhor, acho bastante discutível de que desde o surgimento do homem ele detivesse algumas das características citadas em organização tribal. Apesar de teórico, Rousseau explanando sobre a ideia do "Fugere Urbem", ele mostra que poderia ter sido capaz, em um determinado tempo, o homem ter vivido isolado da sociedade(inclusive alguns por quase toda vida) e o "estado de natureza" era visto por ele de forma benéfica,
visto que o homem poderia desenvolver o amor própio e a bondade, estando longe das vontades sociais de poder. Caso tenha mais interesse, tem um artigo interessante sobre essas ideias aqui > http://publique.rdc.puc-rio.br/revistaalceu/media/alceu_n4_Leopoldi.pdf
Creio que vai interessar à vc, pois vc havia citado sobre Direito Natural do homem, muito influenciado por Rousseau. Apenas discordo da passagem divina, mas esse já é um outro ponto, questão ideológica. Até.